Compositor: Adrianne Lenker
Não é a energia abalada
Nem as linhas no seu rosto
Nem as nuvens no teto
Nem as nuvens no espaço
Não é o telefone na mesa
Nem a cama na terra
Nem a cama no estábulo
Nem suas palavras estáveis
Não é o ser sem forma
Nem o choro no ar
Nem o garoto que estou vendo
Com seus longos cabelos negros
Não é a tecelagem aberta
Nem o brilho do forno
Nem o sangue do seu sangramento
Enquanto você tenta abrir mão
Não é o quarto
Não começando
Não é a multidão
Não ganhando
Não é o planeta
Não girando
Não é um despertar
Não é o calor
Não é o fogo tomando o rio
Não é comida
Para não comer
Não é a carne da sua coxa
Nem sua tatuagem na coluna
Nem seu olho cintilante
Nem o molhado do orvalho
Não é a ilusão calorosa
Nem a rachadura no prato
Nem o sopro da confusão
Nem a aspereza da ardósia
Não é o quarto
Não começando
Não é a multidão
Não ganhando
Não é o planeta
Não girando
Não é um despertar
Não é o calor
Não é o fogo tomando o rio
Não é comida
Para não comer
Não é o que você realmente queria
Nem a bagunça na sua bolsa
Nem a cama que é assombrada
Com o cobertor da sede
Não é a fome reveladora
Nem o ricochete na caverna
Nem a mão que está curando
Nem a sepultura sem nome
Não é o quarto
Não começando
Não é a multidão
Não ganhando
Não é o planeta
Não girando
Não é um despertar
Não é o calor
Não é o fogo tomando o rio
Não é comida
Para não comer
Para não morrer
Não morrendo
Para não rir
Sem mentir
Não é o deserto vago disputando
Não é o quarto
Não começando
Não é a multidão
Não ganhando
Não é o planeta
Não girando